Marcas emocionais: O valor
de um cachorro quente
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Não
há melhor forma de desenvolver e
conservar uma base leal de
clientes que através da criação
de vínculos emocionais entre sua
marca e os consumidores. Como
fazê-lo?: Faz um tempo, uma
empresa estadunidense precisava
relançar uma salsicha italiana.
Prévio ao lançamento, a
companhia realizou uma série de
focus groups integrados por
senhoras, target habitual destes
produtos. Os resultados das
sessões foram reveladores. O
que, a primeira vista parecesse
uma compra de rotina, que não
gera grande interesse nem
involucramento nas compradoras
(estamos falando de uma simples
salsicha!), terminou
demonstrando uma intensa relação
afetiva entre consumidora e
produto.
.
O estudo revelou que, na hora de
preparar pratos com salsichas,
as senhoras queriam demonstrar
sua dedicação, amor, atenção e
afeto pelos membros da família.
O produto revivia cálidas
recordações da infância e
juventude das senhoras, "quando
ninguém corria e todos
compartilhávamos a mesa juntos
em casa". Depois de identificar
diferentes conceitos de
posicionamento em seus focus
groups, a empresa aplicou uma
enquête a uma mostra
representativa da população a
efeitos de determinar a intenção
de compra do produto, sob as
diferentes propostas de valor
desenvolvidas. A ferramenta
utilizada para medir o nível de
push emocional da MARCA foi o
Brand LadderinG (Escala de
Adesão à Marca), que mede as
reações dos consumidores numa
escala de 1 a 4, onde os níveis
são os seguintes:
1) Atributos do
produto: (variedade de tamanhos, sabores, etc.)
2) Benefício funcional do produto: (fácil de preparar, nunca
“passa", etc.)
3) Benefício emocional do produto: (me faz sentir um verdadeiro chef)
4) Valores que o produto me permitam materializar: (auto estima,
unidade familiar, etc.)
Quanto mais aporta nossa marca
nesta escala, mais relação
emocional terá entre esta e os
consumidores. E pensar que se
tratava, simplesmente, da compra
de salsichas. Em síntese, se
você quer desenvolver relações
afetivas entre sua marca e os
clientes, siga os passos
seguintes:
•
Pesquisa de mercados:
Primeiro, realize uma pesquisa qualitativa para encontrar,
apresentar e redefinir conceitos de posicionamento. Depois, prove os
conceitos numa mostra representativa, através da pesquisa
quantitativa.
•
Identifique as
associações, sentimentos e emoções: que o produto (o genérico, não o
próprio) produz nos consumidores.
•
Desenvolva um conceito
de posicionamento: para sua marca que produza no consumidor as
mesmas associações (positivas) que o genérico. Tente chegar tanto ao
coração como à mente do consumidor.
•
Implemente um mix de
marketing: que lhe permita comunicar ditas associações ao consumidor
de maneira criativa, distintiva e eficaz (publicistas, aos
marketineros não nos serve ganhar prêmios de publicidade, ¡senão
vender mais!)
•
Meça, meça e volte a
medir: o impacto de seu posicionamento na mente do consumidor
(pesquisa de mercados, novamente). Utilize o Brand Laddering que
descrevemos linhas acima. Mova-se quanto antes para a parte superior
da pirâmide, de uma oferta baseada em atributos do produto a outra
baseada no valor oferecido ao consumidor.
•
Finalmente, nunca
subestime o vínculo emocional do consumidor com seus produtos: por
mais frios e racionais do que estes pareçam. A criação de vínculos
emocionais pode realizar-se sem estrelas de cinema, sem futebolistas
nem modelos famosas. Nem sequer é necessário que seja um produto de
moda.
O único requisito é um profundo
conhecimento do consumidor. Faça
a prova. Verá que funciona. |